... essa espécie que quando se tem por vezes deseja-se não se ter, mas quando não se tem sente-se a falta.
Foram raras as vezes que não gostei dos meus colegas. Sou um animal social e gosto do chamado cumbíbio.
Costumo fazer amizades no trabalho que se vão prolongando mesmo quando deixamos de ser colegas.
Ora o que é que sucede agora... eu não tenho colegas. Ou melhor, tenho, mas é como se não tivesse. Isto porque o que geralmente denominamos por colegas, aqui onde trabalho agora assumem outro nome: bichos do mato.
Nunca me tinha visto numa situação como esta. Ninguém fala, convive, tem conversas banais, galhofa é coisa que não existe por aqui. É tudo muito formal, ninguém almoça com ninguém, nem um passeiozinho à hora do almoço.
Conclusão, ando sempre sozinha e infeliz. E diz que é triste.
Portanto, estimem os vossos coleguinhas, porque quando não os tiverem vão desejar aqueles velhos tempos em que até discutiam com os mais parvos. Digo-vos eu.
Perdidos no deserto